terça-feira, 27 de outubro de 2009

Começam as viagens!

Começam as Viagens Proac Circulação de Teatro com a peça Chapetuba!

E começamos muito bem!

Chapetuba F. C. estará na Mostra Referências Teatrais em Suzano dia 29/10 as 20hs.
Local - Galpão das Artes: R. 9 de julho, 267, Centro de Suzano.
Informações e programação completa da mostra:
http://www.suzano.sp.gov.br/5mostra/index.htm


E dia 30/10 as 20hs estaremos em Limeira no Teatro Vitória!

domingo, 20 de setembro de 2009

PROAC CIRCULAÇÃO

FOMOS CONTEMPLADOS COM O PROAC CIRCULAÇÃO!

EM BREVE COMEÇAMOS AS VIAGENS POR OITO CIDADES DO INTERIOR PAULISTA!


EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vídeos sobre Chapetuba

Uma entrevista com o diretor José Renato e com o ator Fábio Pinheiro pelo site da Jovem Pan Online:

Chapetuba Futebol Clube: de volta ao teatro após 50 anos - 18/03/2009 18h56

http://mais.uol.com.br/view/184500

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Matéria do Metrópolis da Tv Cultura sobre a estréia de Chapetuba:

Metrópolis - "Chapetuba Futebol Clube" - 05/12/2008 22h32

http://mais.uol.com.br/view/141846

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Matéria Blog Rotunda

18/03/2009
CHAPETUBA F.C.
A paixão nacional segundo Vianinha


Depois de se formar na Escola de Arte Dramática (EAD), José Renato fundou em 1953, em São Paulo, o Teatro de Arena. Com Sérgio Britto no elenco, Renato dirigiu Esta Noite É Nossa, de Sttaford Dickens, no Museu de Arte Moderna (MAM), que então funcionava no prédio dos Diários Associados, na Rua 7 de Abril. A casa própria, na Rua Teodoro Baima, foi apresentada à imprensa em 1954.
Décio de Almeida Prado, em O Teatro Brasileiro Moderno, relata que o Arena ganhou maior projeção quando a ele se juntaram Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) e Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha (1936-1974). O primeiro “sucesso completo, maciço, de imprensa e de bilheteria”, veio em 1958 com Eles não Usam Black-Tie, texto de Guarnieri dirigido por Renato.
O Arena comandado por Renato estabeleceu no Brasil uma nova disposição cênica – elenco no centro e espectadores ao redor –, o que levou “a uma reformulação completa das relações quer entre os atores em cena, quer entre estes e o público”. Com a chegada de Boal, Guarnieri e Vianinha, o Arena revolucionou a dramaturgia nacional ao ventilar no teatro a discussão sobre questões sócio-políticas brasileiras.
Em relação ao Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), o paradigma da época, “a grande originalidade” do Arena “era não privilegiar o estético, não o ignorando mas também não o dissociando do panorama social em que o teatro deve se integrar”. Chapetuba F.C., peça de Vianinha dirigida por Boal – Renato estava na Europa com uma bolsa de estudos –, sucedeu em 1959 o êxito de Eles não Usam Black-Tie.
Arena Conta Zumbi (1965) e Arena Conta Tiradentes (1967) – nas quais Boal solidificou o Sistema Curinga, que fomenta uma comunicação cerebral com a platéia – também marcaram a cena brasileira. Assim como o Seminário de Dramaturgia, elaborado em 1958 para, a partir de análises e debates, estudar as realidades artística e social brasileiras e estimular jovens autores. Antes de extinguir-se no início dos anos 1970 – e deixar o mítico espaço da Teodoro Baima –, o Arena mantinha dois núcleos de criação.
Em 2007 e 2008, sob a administração da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o Teatro de Arena passou por mais uma de suas várias reformas. Chapetuba F.C. foi escolhida para a reinauguração, que se deu em novembro. A Renato coube a direção. A montagem reestreia na sexta-feira (20/3).
Vianinha coloca em cena um pequeno time de futebol do interior, o Chapetuba, que busca o acesso à divisão principal. Às vésperas da partida decisiva, surgem indícios de negociação do resultado. Um empresário penetra na pensão onde os jogadores se concentram; o goleiro titular aparece contundido e seu reserva é inexperiente; o craque da equipe deseja reviver seus dias de glória em um grande clube; a mulher de um dos zagueiros está prestes a parir.
Em meio a esse turbilhão de sentimentos e interesses, o sonho coletivo parece desmanchar-se em função de benefícios individuais. “A peça permanece atualíssima”, afirma o diretor, “porque as relações humanas em que Vianinha se aprofundou, os defeitos e as virtudes das personagens, continuam válidas”.
“O futebol, paixão nacional, torna-se o símbolo de um ideal de comunidade. Sua prática seria a vida cidadã, exercida com consciência, fruída com alegria, buscada como necessidade vital. (...) Mas o futebol, paixão nacional, é, na verdade, o símbolo da disputa desenfreada por um lugar ao sol, a desesperada batalha pela sobrevivência, o trincar dos dentes dos interesses menores, em resumo, o retrato de um mundo desunido, egoísta, covarde, traiçoeiro e decadente”, escreveu Renato no programa da montagem atual.
Em Vianinha – Cúmplice da Paixão, Dênis de Moraes reproduz texto de Sábato Magaldi sobre a peça: “‘Chapetuba F.C.’ examina, por dentro, o mecanismo do esporte, engastando-o no quadro amplo da realidade social, que o condiciona e sem dúvida lhe determina as características. O texto transcende, nesse caminho, as fronteiras da tipificação de um grupo humano, para situar-se como um estudo de indivíduos de uma classe desfavorecida, em face da ordem social injusta”.
O elenco original de Chapetuba F.C. contou com nomes expressivos do teatro brasileiro: Chico de Assis, Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves, Nelson Xavier, Riva Nimitz (1936-1993) e Xandó Batista (1920-1992), além do próprio Vianinha, que tinha 22 anos quando escreveu o texto. Renato integrou o elenco quando o grupo montou a peça no Rio de Janeiro.
O diretor revela-se emocionado ao reviver Chapetuba F.C.: “O que há de emoção nesse reencontro é inexplicável. Vianinha é um exemplo de lealdade. Brigávamos e nos reconciliávamos com frequência; era uma amizade tempestuosa, porém amorosa, franca e verdadeira. Foi um homem corajoso, um dramaturgo raro que tinha uma percepção intensa da realidade brasileira e não se iludia em relação aos problemas do País, mas cuja obra não é panfletária”.

Publicada em:
http://rotunda.zip.net/

Homenagem a Zé Renato

27/10/2008

Zé Renato recebe homenagem no encerramento da Satyrianas 2008.


Após quatro dias de extensa programação, a 9ª edição da Satyrianas - que fez parte das comemorações pelos 20 anos da Cia. de Teatro Os Satyros - teve seu encerramento na madrugada de domingo, 26 de outubro.No evento, foi realizada uma homenagem ao diretor e ator - aluno da primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo e fundador do Teatro de Arena - José Renato Pécora.Entre outras pessoas ligadas ao metié teatral, participaram da cerimônia Rodolfo Vazquez Garcia e Alberto Guzik, d'Os Satyros; Hugo Possolo, dos Parlapatões; o crítico Sérgio Sálvia Coelho; e os dramaturgos Mario Viana e Juca de Oliveira.
Durante a homenagem, Mario Viana exibiu cena de Sai da Frente, primeiro filme de Mazzaropi, de 1951, do qual Zé Renato participa como ator. Já Hugo Possolo, em tom de alerta, atentou ao fato de que o Teatro de Arena Eugênio Kusnet é administrado pela Funarte, e que é preciso vigilância da sociedade para que a revitalização desse espaço seja garantida, mesmo após a saída de Celso Frateschi do órgão.
Ao final, José Renato afirmou que encara a homenagem como uma mostra de amor ao teatro destinada a uma pessoa que ama o teatro: "não sou preso ao passado, só aceito esta homenagem porque estou fazendo teatro HOJE!", destacou.Atado a esse compromisso com o presente, o diretor convidou a todos para a re-inauguração do Teatro de Arena, na rua Teodoro Baima, que ocorrerá nas próximas semanas e na qual será apresentada uma remontagem de Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, dirigida pelo próprio Zé Renato.

Em:
http://www.cooperativadeteatro.com.br/newsDetails.do?id=617

Crítica chapetuba na Revista Bacante

Nossos Mortos: a re-montagem de Chapetuba F.C. na re-inauguração do Arena
Por Paulo Bio Toledo


Foto da montagem original dirigida por Augusto Boal em 1959

O Teatro de Arena, fundado em 1953, viria a ser um dos símbolos da resistência teatral contra o totalitarismo repressivo da ditadura militar brasileira. Mesmo antes do Golpe de 1964, o Arena já se caracterizava como pólo de discussão política e contraponto ao tradicionalismo de elite no teatro.
Os Seminários de Dramaturgia de 1958 foram o marco de uma discussão estética que começa a perceber a interligação de forma e conteúdo, no que concerne ao discurso, como fundamento da produção dramatúrgica. Ou seja, assume as impossibilidades da forma dramática, construída sob a égide do indivíduo “livre” burguês, para abarcar o conteúdo de interesse, como as greves, a opressão, o coletivo etc. - daqui surgem os primeiros estudos estruturais brasileiros do teatro épico dialético de Bertolt Brecht (a despeito de suas obras já serem conhecidas e montadas aqui).
Inicialmente, no esteio de Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, peças como Chapetuba F.C., de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, são produzidas no seminário; em seguida, passam a ser criticadas, no mesmo espaço, justamente por sua estrutura dramática. Não por acaso, a próxima safra de produção dramatúrgica marca-se pelas peças A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, de Vianinha, e Revolução na América do Sul, de Augusto Boal; produções que apresentam uma ruptura radical com o tratamento dramático utilizado até então, sob influência das playwriting norte-americanas. O mesmo Vianinha de Chapetuba F.C. afirma no programa original de A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar: “O teatro realista formula e consagra o condicionamento como natural e imutável; abandona a história …”
(No início dos anos 1960, as discussões calorosas entre seus participantes geram uma fissura. De um lado, Vianinha rompe com o grupo argumentando que o teatro deve deslocar-se à periferia, sair do antro “pequeno-burguês” da intelectualidade esclarecida, atuar como arma in loco da resistência contra a opressão econômica - ingressa, todavia, no CPC da UNE (Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes); do outro lado, Augusto Boal e a manutenção do espaço, como arma de discussão e aprofundamento, até ter suas portas fechadas, em 1972, pela ditadura).
A partir daí, assistimos, ano a ano, a degradação desse espaço transbordante de história. O Teatro de Arena, a despeito dos louváveis movimentos em seu favor, como o Arena Conta Arena – 50 anos, exposições comemorativas, projetos de ocupação pelas Cias. etc.; vinha sendo corroído e se adequando a paisagem do centro não-recuperado de São Paulo. Por esse viés, há de se comemorar o trabalho da Funarte na recuperação do espaço. E, enfim, não é possível adentrar-se criticamente no espetáculo Chapetuba F.C. sem todo esse espectro de história, sob a qual se equilibra.
[Vale fazer uma pausa aqui, por a crítica se dividir em dois, como bem notado pela editoria da bacante no seguinte fragmento:
"Aqui, acho que poderia ter uma quebra mais interessante pro hoje. Sim, vc contextualizou, mas acho que se vc não zuar inclusive essa intenção de colocar no contexto, o texto pode ficar ingênuo. O que quero dizer é que seu texto historiciza o evento da reinauguração do teatro em certa medida, mas não abarca toda a complexidade - nem poderia, nem deveria - dessa história toda. E exige do leitor um monte de referências que ele talvez não tenha. Então pensei que talvez você pudesse dizer algo como: "Olha, agora você tem duas opções: ou você se contenta com essa contextualização resumida que eu te dei e continua lendo o texto ou, para "adentrar criticamente no espetáculo", você desliga o computador, lê todos os livros do Élio Gaspari, [...], tudo o que escreveu o Augusto Boal, depois liga o computador de novo, acessa o youtube e vê todos os vídeos do Arena para, enfim, “com um espectro de história ainda maior”, terminar sua agradável leitura sobre a remontagem de Chapetuba F.C.” (Cf. Correspondência web-crítica no séc XXI – prenúncios da crítica ativa. Editora Bacante: São Paulo, 2025)]
Seguimos…
Primeiramente, tem-se o dado de que a montagem é uma encomenda comemorativa (da recuperação do teatro): um diretor, Zé Renato, que é o próprio fundador do Arena e um texto de um dos mais eméritos participantes do grupo, Oduvaldo Vianna Filho. Tal fato poderia ser objeto de ferrenhas críticas, entretanto, haja vista o contexto, trata-se de uma exaltação de memória de um dos mais significativos momentos teatrais de São Paulo, quiçá do Brasil. O Texto escolhido, como já dito, faz parte de determinada produção no Arena que foi objeto de crítica e superação de seus próprios participantes; salvaguardada tal ressalva, a peça mostra-se como produção histórica de tremendo esforço em evidenciar contradições sociais latentes no Brasil; como diz Augusto Boal, no programa de estréia da peça: “o dilema do homem de teatro no Brasil é simples e definido, ser autêntico ou terminar” (Teatro de Oduvaldo Vianna Filho v.1. Org. Yan Michalski. Rio de Janeiro. Ilha. 1981. Págs 83-84). Ou seja, uma dramaturgia que centra todos os seus esforços em entender as complexidades das estruturas sociais brasileiras num momento de certo otimismo político e afirmação nacional popular – sendo o futebol uma bela metáfora desse momento.
Entretanto, os problemas do texto remetem à famigerada ‘crise do drama’, sua construção individualizada faz emergir enormes paradoxos que não cabem ser aqui discutidos. A montagem de 2008/09 só faz “presentificar”, sem crítica, e, portanto, vítima das mesmas contradições, o texto de Vianinha.
Mas, acredito, é preciso enxergar a montagem dentro do contexto: um evento comemorativo de uma memória extremamente importante à história do teatro – ademais, uma montagem que não peca em nenhum aspecto (tendo em vista o que ela representa e/ou busca representar): bons atores, direção clara e limpa, simplicidade e o texto de Vianinha, um dos objetos de ênfase no trabalho comemorativo, em evidência.
Vemos em cena a rememoração de uma inquietação dramatúrgica que foi, 50 anos atrás, uma tentativa enérgica de discutir as complexidades sistêmicas do capitalismo, no que dizem respeito ao Brasil e a suas particularidades, e que, não por acaso, estão em evidência até hoje, senão mais ainda hoje.
Não se trata, obviamente, de um marco teatral, ou obra de experimentação política etc., pelo contrário, carrega em si alto grau de anacronismo formal. Entretanto, traz à tona um passado essencial que, por sua vez, marca um contraponto positivo ao formalismo apolítico e sem direção de grande parte da produção contemporânea, por nos lembrar que a chamada “desconstrução” fragmentada é oriunda de um processo histórico essencialmente político e material.
55 anos de história por R$780.000 em reformas (um pouquinho menos que as captações da Lei Rouanet proporcionam, diariamente, à cultura nacional)
Publicado em 19 de Janeiro de 2009 em:
Acesse e leia os comentários sobre essa crítica.

Links de divulgação de Chapetuba F.C.

http://tools.folha.com.br/print?site=guia&url=http://guia.folha.com.br/teatro/ult10053u546039.shtml

http://www.overmundo.com.br/agenda/bate-bola-no-teatro-de-arena

http://www.splicenet.com.br/index_ferramenta.php?ferramenta=http://www.classionline.com.br/noticiasregionais.detalhesplicenet.logic?id=5161

http://www.vivaocentro.org.br/noticias/arquivo/080409_c_infonline.htm

http://www.jornaldapaulista.com.br/site/page.php?key=1615